Gigante Prometido

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Fábrica da Braskem: compra da Quattor faria da empresa da Odebrecht uma das cinco maiores do mundo
Ele quer exercer preferência na compra da empresa e ofereceu R$ 80 milhões para cada irmão ou o preço que a Braskem pagaria, com exceção do prêmio de controle. Mas tanto para a Braskem quanto para o governo a compra da Quattor é uma questão estratégica. A Braskem se tornaria em poucos anos uma das cinco maiores petroquímicas do mundo em produção de eteno - seu faturamento pularia de R$ 10,9 bilhões para R$ 12 bilhões. E a Petrobras voltaria a ter uma atuação forte no setor, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A estatal teria 49% da gigante que saísse da fusão e só não ficaria com mais da metade porque isso significaria reestatização. Mas a Petrobras, na prática, poderia intervir na empresa. O governo pediu para indicar o presidente-executivo ou o do conselho e diretores. Até a quinta-feira 7, esse ainda não era um ponto pacífico.
A criação de um monopólio preocupa o setor, pois teme-se que a Braskem passe a importar produtos transformados em vez de negociar preços no mercado interno. Juntas as empresas responderiam por 100% do mercado de polipropileno e 98% de polieteno, matérias-primas para tudo o que é de plástico. Alguns empresários, porém, estão mais otimistas. O presidente da Europack, Peter Reiter, fabricante de embalagens, acredita que a presença da Petrobras na Braskem permitirá que o governo reduza o preço da matéria-prima. Assim, a empresa ganharia dos dois lados. “Eu entendo que o governo vai se preocupar em proteger a indústria de transformação, pois o número de empregados é “n” vezes maior do que na petroquímica”, diz. Mesmo que Geyer perca na Justiça, cabe ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica dar a última palavra sobre o negócio. E aí pode ser o início de outra novela que começa com uma questão: o Cade irá contra a vontade do governo?
