PT e PMDB firmam acordo para 2010

Em nota, partidos confirmaram nesta quarta-feira (21) o acerto firmado na noite de terça para formar chapa em 2010. Michel Temer (PMDB-SP) pode ser o vice de Dilma Rousseff
Roosewelt Pinheiro/ABr
NA DISPUTA O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é um dos cotados para ser candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff
O PT e o PMDB divulgaram nesta quarta-feira (21) uma nota oficial a respeito do acordo de cúpula que prevê uma aliança para a disputa da eleição presidencial de 2010. Como afirmaram representantes das legendas na noite de terça-feira (20), após jantar no Palácio da Alvorada, em Brasília, o PMDB deve ter o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

No documento, PT e PMDB se comprometem a “construir aliança programática e eleitoral para o pleito presidencial”; compor, “necessariamente, a chapa de Presidente e Vice”; compartilhar a “coordenação de campanha e a elaboração do programa de governo”; e levar o “pré-compromisso às suas instâncias partidárias, construindo soluções conjuntas para as alianças regionais”.

O acordo entre os dois partidos é um firme passo na direção de uma eleição plebiscitária, desejo manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos planos de Lula, a base de seu governo teria apenas um candidato – Dilma – que enfrentaria o candidato da oposição, encabeçada pelo PSDB, seja ele o governador de São Paulo, José Serra, ou o de Minas Gerais, Aécio Neves.

O provável lançamento da senadora Marina Silva pelo PV e, principalmente, a possível candidatura do deputado federal Ciro Gomes (CE) pelo PSB dificultaram a hipótese da eleição plesbiscitária. Ao firmar o acordo com o PMDB, além de evitar que o partido tome o rumo da candidatura do PSDB – como já fez a ala liderada pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, que anunciou apoio a Serra – o PT tenta isolar o PSB de Ciro Gomes.

Se conseguir o apoio de outras legendas, como PP, PRB e principalmente PDT e PC do B, que formam o chamado “bloquinho” com o PSB, o PT pode inviabilizar a candidatura de Ciro Gomes, tanto pela falta de apoio político como pela falta de tempo no horário eleitoral. Se isso ocorrer, Lula pretende que Ciro, que trocou seu domicílio eleitoral para São Paulo, concorra à sucessão de Serra para enfraquecer o PSDB no Estado em que é muito forte.

A aposta de Ciro Gomes para evitar este cenário é que a união entre o PMDB e o PT fracasse. “Espero que o PMDB entregue o que está prometendo. Historicamente, desde sempre isso não acontece”, afirmou Ciro Gomes ainda na terça-feira (20). “E espero que os argumentos dessa aliança sejam confessáveis”, disse. Nas últimas eleições presidenciais, o PMDB liberou seus filiados para apoiar qualquer um dos candidatos, tendo em vista o grande número de lideranças regionais influentes que o partido possui.

O PSDB também conta com as dissidências internas do PMDB para minar o apoio à Dilma Rousseff, como Aécio Neves deixou claro em entrevista à Agência Estado. “Acredito que vão prevalecer as alianças regionais. O PMDB é nosso aliado em muitos Estados”, afirmou.

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