Livros consagrados dão lições profissionai




'O Pequeno Príncipe': nova função (Foto: Reprodução)
Um livro considerado "clássico" não morre. E, justamente por ser clássico, tem força para ganhar releituras. Prova disso é o emprego dado a títulos como o tratado militar A Arte da Guerra, do chinês Sun Tzu (544-496 a.C), e o manual político O Príncipe, de Nicolau Maquiavel (1469-1527). O mesmo ocorre com a consagrada fábula do francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) O Pequeno Príncipe. Encarados como fontes de sabedoria e reflexão, esses livros vêm conquistando espaço na cabeceira de profissionais em busca de motivação para turbinar a carreira.
"A utilização de frases e trechos de livros em eventos da empresa é uma forma de criar motivação", diz o executivo Milton Pereira, da Serasa Experian, multinacional que presta serviços de análise e informações de crédito. Fã de literatura, Pereira usou recentemente uma frase do mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967) ao receber o troféu de Profissional de RH do Ano, entregue pela revista Você RH, da Editora Abril - que publica VEJA. "É junto dos bons que a gente fica melhor", disse. Ao lado de Fernando Pessoa e Maquiavel, Guimarães Rosa figura entre os autores citados por Pereira em palestras proferidas dentro e fora da Serasa.
Se as linhas de Pessoa e Rosa servem como fontes de inspiração, Maquiavel e seu O Príncipesão vistos como exemplo daquilo que uma empresa deve evitar a qualquer custo. "Maquiavel dá lições sobre poder que não são aplicáveis em uma empresa ética, como aliar-se aos inimigos para governar", explica Milton. Vale lembrar que o clássico do Renascimento italiano foi produzido em um momento particular e de transição da vida política europeia, em que o pragmatismo do monarca era fundamental para a afirmação do estado moderno.
O príncipe do bem - Mais lições para o universo corporativo são retiradas de outro título principesco. E muitos executivos já descobriram isso. "O Pequeno Príncipe foi um dos livros mais vendidos no nosso estande na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano", diz Marisa Bof, proprietária da rede gaúcha Livros de Negócio, voltada para o mundo corporativo. "Parece um livro de criança, mas muitos adultos o procuram", garante a empresária, que nesta semana vendeu um pacote de exemplares da obra para uma empresa local. "O Pequeno Príncipe atrai executivos por proporcionar auto-conhecimento e uma reflexão sobre a vida", afirma Marisa, citando fatores que o mercado considera cada vez mais necessários para uma carreira produtiva.

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