Microsoft pode pagar para sites de notícias saírem do Google


Microsoft e News Corp podem estar perto de fechar um acordo para que o conteúdo jornalísticos dos sites do conglomerado de mídia comandado por Rupert Murdoch, que inclui os jornais Wall Street Journal e The Sun, além dos canais de televisão Fox News e Sky News, fiquem disponíveis apenas no Bing, o mecanismo de busca que a Microsoft desenvolveu para combater o Google. Murdoch já havia afirmado que gostaria de remover o conteúdo de seus sites do Google - o que poderia ser feito em alguns minutos por técnicos da companhia adicionando arquivos robots.txt aos sites - mas as previsões todas indicavam que suas empresas deveriam sofrer mais com isso do que o buscador.

A alternativa que se apresenta, agora, é manter o conteúdo indexado, mas apenas pelo Bing. Segundo o Financial Times, a Microsoft deve pagar a News Corp por isso, e talvez também a outros produtores de conteúdo online. Steve Ballmer e Cia, ainda de acordo com informações do Financial Times publicadas no domingo (23), já teriam feito proposta semelhante a vários outros publishers. A única nominalmente citada por enquanto, além da News Corp, foi a agência de notícias Associated Press. O diretor-executivo da AP, Tom Curley, acredita que uma "guerra" entre Google e Microsoft pode ser lucrativa para os grupos de mídia.

A ideia da Microsoft é que a exclusividade de conteúdo ajude a aumentar a fatia dos usuários de internet que utilizam o Bing ao invés do Google. (Números da ComScore para outubro: Bing cresceu, de 9,4% para 9,9%; Google cresceu também, de 64,9% para 65,4%). Há dúvidas, entretanto, de que a Microsoft tenha dinheiro suficiente para "alugar" todo esse conteúdo noticioso, e mesmo de que consiga transformar o exclusivo em mais dinheiro. A jornalista Kara swisher, do site All Things Digital (que pertence a News Corp), cita "fontes próximas a situação" que acham pouco provável que a Microsoft pagará quantias imensas por um privilégio que pode nem aumentar as buscas realizadas no Bing.

O problema, para a News Corp, é que o Google é responsável por 25% do tráfego no site do Wall Street Journal. Mas o WSJ também é um site que funciona bem com conteúdo pago. Murdoch gostaria que tudo fosse assim, mas o WSJ é um produto diferente, um site de notícias que conseguiu implementar um sistema de conteúdo pago lucrativo apenas porque as pessoas ainda não querem compartilhar informações financeiras.
Primeira página

A empresa de consultoria alemã TRG (The Reach Group) quantificou a importância de sites de notícias para os resultados do Google. A pesquisa foi feita com o conteúdo de 1000 sites controlador por 148 empresas alemãs que assinaram a Declaração de Hamburgo, um documento internacional que defende a propriedade intelectual dos textos jornalísticos na internet, que já foi assinado também por entidades e empresas brasileiras, como a ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Folha de S. PauloO Globo e o Grupo Estado, responsável pela publicação dos jornaisEstado de S. Paulo e Jornal da Tarde.

A pergunta que a TRG queria responder é "quão vazio ficariam os 10 primeiros resultados da pesquisa do Google se não pudesse encontrar mais nada desses 148 publishers alemães?". A resposta: não muito. Apenas 5% dos resultados na primeira página vêm desses sites, embora 4,01% do conteúdo indexado pelo Google seja deles. A Wikipédia, que representa 0,01% do conteúdo indexado pelo buscador, tem uma presença de 13,63% na página inicial.

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